quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O clube de rotatividade máxima


Os filmes de terror de Hollywood geralmente seguem aquela fórmula do maníaco homicida perseguindo os mocinhos até sua inevitável derrota no final. Claro que há variações na escolha do maníaco homicida - pode ser um psicopata, um monstro, um eletroeletrônico endemoniado... - e na dos alvos do assassino - que podem ser mais heróicos, ou mais idiotas (ou com menos roupa e mais gostosas!) para atender as necessidades comerciais de muitas dessas produções. Os filmes japoneses desse gênero não funcionam bem assim. Vários deles, por exemplo, seguem uma linha sobrenatural, com fantasmas, espíritos e tal, mas nem sempre a dita assombração é maligna ou assassina (o que não quer dizer que ela seja menos aterrorizante).
Bem, caríssimos, sabem o que torna uma obra cinematográfica daquele país realmente assustadora na minha opinião? Sendo uma sociedade muito conservadora, construída sobre rígidos padrões de conduta, toda vez em que um evento anormal (muitas vezes de origem sobrenatural, mas isso não é obrigatório) aparece na história e quebra a rotina desses códigos de comportamento, o terror nasce, pelo inesperado da coisa. E o que dizer quando, além do terror e das mortes grotescas, o filme é recheado de temas tabu como o suicídio?
É o caso da exumação de hoje, "Suicide Circle" (ou "Suicide Club", de 2001, de Shion Sono), onde uma série de suicídios em massa assola o Japão e a polícia não faz a menor idéia de como proceder - o ato de se matar seria um assassinato? - e nem sabe se rumores sobre um clube secreto dedicado ao auto-extermínio são verdadeiros.
Detalhe surreal: a música grudenta da banda pop (composta unicamente por menininhas) martelando no ouvido enquanto as mortes mais nojentas acontecem é elemento importantíssimo da trama! Outro momento digno de nota: o número musical da versão nipônica do traveco "Dr. Frank-N-Furter" de "Rocky Horror Picture Show" ocorre durante um estupro seguido de morte, enquanto pisoteia sacos cheios de cachorrinhos indefesos (bizarro é pouco)!
Recomendado para os fãs do grotesco. A seguir, a cena inicial do filme (com direito a meninas colegiais sorridentes), uma verdadeira ode ao sangue espirrando:



Adendo rápido: a polícia japonesa do filme tem muitas dúvidas sobre os aspectos legais da morte. Já no caso da China, sempre é bom conhecer as leis antes de partir desta para melhor!

Tradução: "Morrer exatamente aqui é estritamente proibido".
Adendo II: Os infratores desse crime correm risco de pena de morte, a não ser que caiam um passinho para a esquerda!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Os Impossíveis" de carne e osso


Caríssimos amigos, ignorem o baterista na plataforma. Na vida real (onde toda banda de rock tem um baterista!), só falta os integrantes de "The Kinks" acabarem a música para saírem voando em um carro voador combatendo o crime em fantasias ridículas!
Ah, o desenho animado nunca mostrou o que a tevê transmitia quando a banda repentinamente desaparecia para lutar com os vilões. No mundo verdadeiro, se "Os Impossíveis" existissem, o povo seria obrigado a assistir um bizarro espetáculo "encheção de lingüiça" enquanto o grupo estivesse ausente. Confiram:

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A estranha reencarnação dos irmãos brigões

O Oasis não morreu! Ao invés disso, viajou no tempo e foi parar nos anos sessenta!
Confiram Wonderwall:

sábado, 25 de setembro de 2010

Stallone de vilão só na Corrida Maluca

É isso mesmo, caríssimos. Nosso querido artista  de rosto monoexpressivo já interpretou (!) um vilão. Trata-se de "Machine Gun Joe", piloto de corridas maníaco homicida no bizarro filme "Death Race 2000" ("Corrida da Morte - Ano 2000" de 1975 e produzido por Roger Corman!), uma espécie de versão mais adulta, trash e em carne e osso daquele famoso e antigo desenho animado dos Estúdios Hanna-Barbera , em que cada sujeito esquisito dirigia um veículo mais esquisito ainda.
Contudo, chamar o personagem de Sly de vilão da história talvez seja um pouco demais tendo em conta os outros educativos e lúdicos aspectos dessa produção desenterrada hoje. Resumo: no longínquo ano 2000, a nação norte-americana se tornou uma ditadura fascista onde a única diversão do povo é a transmissão anual da competição transcontinental Corrida da Morte, em que chegar em primeiro é só um detalhe, porque os corredores marcam pontos atropelando incautos ao longo do trajeto.
O sistema de pontuação é muito simples: homens valem 20 pontos, mulheres 30, adolescentes 40, crianças abaixo de 12 anos (incluindo bebês!) valem 70 pontos e velhinhos rendem belos 100 pontos. Tenho quase certeza de que o famoso "Guia Prático e Seguro de Direção" de um grande amigo meu, André De Miranda, baseou-se nesse filme!
Já alguns dos competidores são um espetáculo bizarro à parte. Temos o já citado "Machine Gun Joe" com seu carro estilo mafioso equipado com faca gigante, metralhadoras e um traiçoeiro sistema de esguicho de óleo para derrapagens na pista, a vaqueira "Jane Calamidade" e seu veículo dotado de colossal par de chifres, e a nazista (!) insana "Matilda, a Huna de Milwaukee" e seu fiel co-piloto "Herman the German". Essa doida sempre grita "Blitzkrieg!" quando atropela uma vítima com seu inacreditável veículo-panzer! E o "mocinho" dessa zona toda, amigos leitores, é o piloto favorito do povo: dirigindo seu carro-monstro, "Frankenstein", completamente reconstruído todo ano após as corridas mortíferas, interpretado, vejam vocês, por David Carradine (aquele mesmo ator vitimado em 2009 por um malogrado processo maturbatório).
As melhores partes do filme: o "dia da eutanásia", quando o corpo médico hospitalar abandona os pacientes idosos no meio da avenida à mercê dos corredores malucos, e o clássico desvio na pista - feito por rebeldes contra o Presidente dos EUA e a Corrida da Morte -, com direito a cenário falso de túnel na frente de um penhasco, igualzinho aos desenhos animados da tevê. Menção honrosa, também, à bisonha (e literal) granada de mão!
Essa monumental bobagem é recomendada para todos aqueles que torciam para assistir a Penélope Charmosa, ou Peter Perfeito, ou até mesmo Rufus o Lenhador, serem esquartejados pelo Dick Vigarista!



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A música e o canibalismo

Caríssimos amigos, deixem de lado aquele musical sobre o barbeiro assassino Sweney Todd onde vemos mais uma parceria do diretor Tim Burton com o ator Johnny Depp. Se vocês desejam atmosfera surreal, muita música e gente transformada em refeição para uma clientela exigente, sugiro com ênfase a exumação de hoje, escrita enquanto meus cabelos caem desesperadoramente em cima do teclado: "Delicatessen" (1991), originalíssima produção francesa dos diretores Marc Caro e Jean Pierre Jeunet (esse último dirigiu "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain").
Em um futuro próximo e pós-apocalíptico, onde Paris está em ruínas e o céu é uma escura névoa amarela, faminta população sobrevive em um edifício no meio de lugar nenhum e cujo proprietário toca um pequeno açougue no primeiro andar. O sério problema é a falta de carne nesse mundo desolado onde grãos como o milho e a lentilha são valiosa moeda de troca. A criativa solução do sagaz açougueiro, vejam só, é pôr anúncios para zelador do prédio: quando um infeliz de alma combalida se apresenta para  o serviço, os estranhos moradores passam a poder usufruir parcimoniosamente da preciosa proteína por alguns dias, depois, é claro, do vil senhor do matadouro... preparar os bifes, digamos assim.
Mas essa rotina canibal muda quando um artista circense aceita o trabalho de faz-tudo e a filha míope do açougueiro se apaixona por ele.
O ponto alto do filme são os personagens bizarros ao extremo. Além dos três protagonistas já mencionados, temos, entre outros, a mulher suicida e esquizofrênica que adora preparar sua morte com planos intrincados no melhor estilo daquele coiote do desenho animado do Papa Léguas, a velha surda e senil com latas amarradas nas pernas para a família saber onde ela está, e o melhor de todos: um senhor doido trancado no seu apartamento todo alagado e por isso mesmo infestado de algas, rãs e lesmas, com as quais ele se alimenta.
Além desses, somos apresentados aos "Trogloditas", sociedade revolucionária vegetariana (sim, eles lutam contra a tirania dos comedores de carne) habitante dos esgotos e fantasiada de sapos que promete ajudar a protagonista a salvar o seu amado do condomínio dos canibais (a história é essa mesmo, juro para vocês!)
Esse filme, recomendado para quem gosta de humor negro bizarro, levanta importante questão moral: até que ponto o caríssimo leitor chegaria se o bife nosso de cada dia dependesse da canibalização de colegas e familiares?
Confiram a primeira cena dessa preciosidade e o trailer, em seguida:


Delicatessen intro
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Os estranhos amores

Assistam o passado, caríssimos, por meio da gaiatice e elegância da banda The Strangeloves, de 1965:



A seguir, observem o "presente" de 1982, com o estilo "punk rato de praia" da banda Bow Wow Wow (direto do valioso acervo do meu estimado camarada e "pôquer man" Demetrius Santos):



Questão pertinente: o que nos reserva o futuro?

O medonho molho de macarrão mordaz e a manipulável mente da menina moribunda

Estou devendo, desde já, um suprimento anual de X-Tudo da carrocinha do Bororó para o leitor de espírito astuto que conseguir explicar satisfatoriamente os objetivos ocultos da agência de publicidade japonesa criadora do seguinte anúncio... digamos... fascinante:



Mmmmm... que delícia!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Do tempo em que os eletrodomésticos falavam

Carrie a Estranha, Louca Obsessão, O Iluminado, Conta Comigo, Um Sonho de Liberdade...
Em se tratando de excelentes obras literárias transformadas em também excelentes produções cinematográficas,  o autor e roteirista Stephen King é genial. Agora, quando o mesmo escreve uma obra e resolve dirigir o filme baseado nela... o demônio em pessoa começa a chorar de desespero e angústia. Êta filminho ruim!
É claro que estou me referindo, caríssimos, a "Maximum Overdrive" ("O Comboio do Terror", de 1986), única produção dirigida por Stephen King - agradeçam de joelhos por isso, pecadores!
Sintam só o arremedo de história: um cometa primo do Halley com habilidades muito parecidas com o meteoro dos Transformers passa rente à Terra. Como conseqüência, as máquinas do planeta são animadas, tornando-se conscientes e possuidoras de vontade assassina contra a humanidade.
O filme, estrelado por nosso amigo Emilio Estevez - presença constante nas Sessões da Tarde por muitos anos -, passa a ser uma sucessão de mortes ridículas causadas por eletrodomésticos homicidas.
Exemplos: a ponte levadiça da cena de abertura provoca uma terrível chuva de melancias contra os incautos motoristas, a máquina de fliperama hipnotizadora eletrocuta quem ousar encostar nela, o caixa eletrônico xinga os clientes de "asshole" - ou o popular "cuzão" em português claro (tá, ninguém morre nesse, mas é ridículo do mesmo modo) e, finalmente, a máquina de refrigerantes assassina.
Amigos leitores, tendo em conta vários filmes ruins de baixo orçamento e humor involuntário, essa é uma das cenas mais imbecis de todos os tempos em minha humilde opinião. Confiram logo abaixo:



Duas curiosidades: a dubladora original da Lisa Simpson atua nessa desgraça. A outra: adivinhem qual é a banda responsável pela música de "Maximum Overdrive" (cujo vilão principal é um caminhão com o rosto demente do Duende Verde, um terrível personagem de famosa editora de quadrinhos de super-heróis - a Disney)? AC/DC! É isso mesmo, acreditem! Abaixo um clipe tosco da música do filme, "Who made who", contendo mortes mais toscas ainda:





segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os benefícios do trabalho em equipe

A extinta TV Manchete e o ainda não extinto Reginaldo Rossi (que bom para ele) uniram suas qualidades e produziram para o Brasil uma canção que, injustamente, não figura entre as composições inesquecíveis do nosso cancioneiro nacional no quesito versão para música estrangeira. Pois acredito que quem a ouve nunca se esquecerá (estejam avisados).
Cometeram essa pérola no final dos anos 80 para a abertura de um daqueles seriados japoneses de um Jaspion genérico qualquer. Depois do vídeo abaixo, segue a bizarra letra, inspiradíssima (se é ou não tradução direta do japonês, jamais saberemos).
Assistam por sua conta e risco!



Letra da musica Blackman:

Moto que voa e que pula, da lua nua ao arranha-céu,

Ficará e lutará pela paz,

Queimando com seu calor,

Alcança o tempo, corre demais,

Mostra o que é ter valor,

É o justiceiro que acredita,

Na verdade que é sempre bonita,

A sua moto corre pelas sombras,

Onde o mal quer se esconder,

Viver lutando ele sonha, chorar deixa para amanhã...

Moto que voa e que pula, da lua nua ao arranha-céu,

Queime com seu calor, através do tempo o inimigo cruel,

Venha BlackMan...

Venha BlackMan!!!

sábado, 18 de setembro de 2010

E se a Noiva fosse japonesa?

Desenterro, hoje, embalada por muito sexo, vingança e violência, a estilosa produção cult "Sex and Fury", de Noribumi Suzuki, de 1973.
O filme conta a trágica história da jogadora e ladra profissional Ocho, cujo pai policial foi morto há vinte anos atrás por terríveis mafiosos no Japão da Era Meiji. Para despachar os sicários, além do seu talento para o pôquer e o furto, ela conta com suas lendárias habilidades com a espada, mas sempre sedenta de sangue e... sexo, muito sexo!
Intercalando as cenas de pura luxúria, passeiam pela tela o drama de uma virgem apostada no pôquer, os conflitos de uma gostosa espiã inglesa que forma casalzinho tipo Romeu e Julieta com um líder rebelde japonês, nossa heroína Ocho enviando para o além um malfeitor tarado com um perfuminho corporal venenoso,... tem até freiras ninjas assassinas como capangas!
Por tudo isso e mais um pouco, o diretor Quentin Tarantino, fã de referências cinematográficas, homenageou a exumação de hoje com a famosa cena final da "Noiva" (Uma Thurman) contra "O-Ren Ishii" (Lucy Liu) no seu primeiro "Kill Bill" (Bill, o vilão, era interpretado por David Carradine, ator e vítima, falecido durante um malogrado processo masturbatório no ano passado).
Confiram o trecho inspirador a seguir, com Ocho mostrando quem é que manda de verdade, vestida somente com uma espada e um fatal desejo homicida. Imperdível!



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Dançando depois de "Weapon of Choice"

Christopher Walken é conhecido por não negar trabalho: se você pagar direitinho ele topa qualquer papel. Por isso, ele já fez desde  o bizarríssimo "Communion" (esse, sobre abdução e alienígenas, merece um post próprio) até aquele horroroso do canguru digital.
A cena desenterrada de hoje é do musical "Romance and Cigarettes", sobre adultério e câncer, mas que não tem nada demais até Christopher Walken aparecer e começar a cantar e dançar ao som de Tom Jones. Confiram!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Planeta: Terra. Cidade: Tóquio (onde mais?).

Como em todas as metrópoles deste planeta, Tóquio se acha hoje em desvantagem em sua luta contra o maior inimigo do homem: a cafonice. E, apesar dos esforços das autoridades de todo o mundo, pode chegar um dia em que gente muito brega, bem como a violência urbana, venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida. Quem poderá intervir? A designer de moda demente!
Vocês irão entender, caríssimos. Explico:  essa  projetista e mulher insana do século XXI inventou um inusitado vestuário para as japonesas antenadas se protegerem dos assaltantes e ainda continuarem elegantes e fashion! É sério... e assustador. Confiram a seguir.



E corram logo, pois os modelos Coca Zero (para gordinhas) e Sacola Tampa de Latrina já estão se esgotando!

Oscar trash de purê de tomate


A exumação de hoje é um filme sobre a Segunda Guerra Mundial que não tem muito tiroteio. O interessante de "The Skin" (1981), da Liliana Calvani, é mostrar as conseqüências de um conflito dessa magnitude para a população civil.
A produção, com Marcello Mastroianni, Claudia Cardinale e Burt Lancaster como protagonistas, se passa na Nápoles de 1944 depois dos nazistas serem expulsos da Itália pelos americanos. A população da cidade arrasada está numa pobreza tão desesperadora que a trama é uma sucessão de gente lutando para sobreviver, e isso inclui traição  entre parentes, um malandro local que quer vender obesos prisioneiros alemães para o exército americano (baseando o preço por quilo de prisioneiro!) e pais cafetinizando as próprias filhas. Para se ter uma idéia, os pivetes napolitanos deixam os nossos no  chinelo: tem uma cena em que eles depenam um tanque inteiro em uns 5 minutos!
Mas a cena que dá título ao post está logo abaixo (sem legendas infelizmente) e é a última do filme. Resumão rápido: em um cortejo do exército americano filmado para a posteridade um italiano imbecil fica com uma puta dor de cabeça quando um tanque dos Estados Unidos passa por cima dele e o transforma em patê. Os ianques desviam as câmeras e o general (Lancaster) manda seguir. O capitão italiano Malaparte (Mastroianni) fica pra trás, quando o capitão americano se desculpa e pede para Malaparte acompanhá-lo. Mas aí Mastroianni fala: "Pode ir, Jimmy. São vocês os vencedores.", enquanto contempla a gosma.
Grotesco!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Exorcismo musical

Mike Oldfield é considerado o pai da chamada "world music".
O cara também é o autor da música-tema de "O Exorcista"!

sábado, 11 de setembro de 2010

"Lost" Só Para Baixinhos

Sinopse rápida: sobrevivente de um terrível acidente durante uma viagem em ambiente inóspito e misterioso precisa lidar com "os outros" habitantes dali enquanto espera o resgate, em meio a estranhos acontecimentos e flashbacks.
Depois de uma introdução muito forçadamente parecida com o seriado-fenômeno que se tornou o vício (e a frustração) de muitas pessoas, peço licença para esmiuçar um pouco mais dessa estilosa animação francesa ("Les Maîtres du Temps", ou Mestres do Tempo, de René Laloux) do comecinho dos anos 80, cujo design é responsabilidade de ninguém menos que Moebius. Para os caríssimos leitores terem uma idéia, sabem em que outros filmes tem o dedo dele no quesito arte visual? Nenhum em especial: "Alien", "Tron", "O Quinto Elemento", "O Segredo do Abismo", ... "He-Man e os Mestres do Universo" (tá, esqueçam essa última desgraça).
Bom, nesse longa animado de ficção científica, o menino Piel aguarda por ajuda depois da morte dos pais sozinho no hostil planeta Perdide (!), contando somente com um comunicador interestelar em forma de ovo. E aí surge de tudo: besouros gigantes assassinos, uns tentáculos cavernosos assustadores, transmorfos, irritantes gnomos telepáticos... Para os c.d.f.s de plantão (sou do tempo em que nerd era c.d.f.), tem até uma nave idêntica à Estrela da Morte de "Star Wars" (confiram no poster)!
Recomendo para crianças de todas as idades, mas já vou avisando: nem adianta revelar a reviravolta no final (também sou do tempo em que plot twist era reviravolta na trama). Quem assistiu o último episódio de "Lost" e não entendeu nada, vai se sentir em casa com o final desse aqui.





sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Com um buraco no meio

A produção cult desenterrada de hoje, caríssimos, é a ode ao bom gosto "The Driller Killer" (O Assassino da Furadeira), do Abel Ferrara, diretor conhecido por "Vício Frenético". No seu primeiro longa comercial agora aqui exumado, feito em dois anos (78 e 79) por causa  do orçamento minúsculo, o maluco dirige, protagoniza e ainda compõe as músicas da estranha banda Tony Coca-Cola and The Roosters que aparece no filme todo.
Esse épico do underground punk nova-iorquino acompanha a vida do  pobretão e pintor Reno que mora com duas gostosas dopadas num ateliê e perambula pela cidade interagindo com mendigos. Mas nem tudo é perfeito: deve o aluguel, tem contas atrasadas, a banda já mencionada toca o terror até tarde da noite no apartamento vizinho, uma das gostosas foge com um tal de Steve...
E assim, em meio ao caos urbano, Reno fica maluco e decide chacinar todo mundo com uma furadeira elétrica madrugada adentro (trama complexa, não é verdade?).
Clássico do sexploitation-slasher (estou cada vez melhor nessas definições) com direito a muito gore, furadeira na testa, crucificações e coelhos mortos.
A cena de destaque é a do ponto de ônibus, quando a furadeira consegue calar um punk chato definitivamente!
E o bom é que o filme ainda nos traz uma lição: quando nada dá certo e tudo parece perdido, você sempre pode contar com sua furadeira assassina! 





Dá-lhe sangue-esmalte!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Brigitte com quadrinhos

Caríssimos, depois de "Je T'aime Moi Non Plus", Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot, a musa de Búzios, aprontaram isso aqui: "Comic Strip"!



Sem palavras!



Ah, os anos sessenta...

Quantos clichês existem nos filmes de ação?

O curta a seguir, "Pure", de Jacob Bricca, tem passado em algumas mostras e festivais de cinema.  Esse cara junta um porrilhão de cenas de filmes de ação e ganhamos de lambuja uma aula maneiríssima de como editar filmes!
Muito foda!



Manso, esse post é em sua homenagem!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Exumaram o Fidel!

2010 está sendo um ano movimentado...
Enchentes assassinas no Brasil no começo do ano, Copa do Mundo, eleições, ... e ainda estamos em setembro!
Há três dias, o ressuscitado Fidel Castro (o termo é do próprio) voltou a fazer um discurso em frente à Universidade de Havana, depois de quatro anos com as barbas de molho. Um dos (vários) temas da falação do líder octogenário foi a sua preocupação com a iminente invasão dos Estados Unidos ao Irã e suas possíveis conseqüências.
Ficamos combinados assim, então: como todo boato tem um fundo de verdade (e se nos fiarmos no que disse o bom velhinho), sugiro aos leitores que aposentem as suas máscaras da gripe suína, comprem seus guarda-chuvas anti-bomba atômica e entupam os abrigos nucleares com muita cerveja! Quem avisa amigo é...
Vamos aguardar, bêbados, a Terceira Guerra Mundial, quem sabe até antes do Natal, ao som de Skeeter Davis, com "The End of the World":




Falha Nossa!

Desculpem-me pelo post de ontem.
Até agora, não consegui consertar o problema da "Gueixa Vadia" do Fausto Fawcett - que puta pé frio! Não tenho nem vaga idéia de onde foi parar o restante da música e nem sei como resolver a questão. Para (talvez) minimizar essa desgraçada situação, pelo menos o link para baixar o áudio completo direto do site está disponível: é só clicar no título da música.
Eu já havia explicado aos caríssimos leitores: um molusco retardado mental sabe mais de internet e computador do que este humilde excluído digital que vos escreve.
Enquanto eu não aprender os traquejos de como disponibilizar direito as faixas de áudio por aqui, elas virão por meio do Youtube (se, é claro, elas estiverem disponíveis por lá).
Mais uma vez, desculpe-nos o transtorno. Estamos trabalhando para melhor servi-los.

sábado, 4 de setembro de 2010

Overdose de Yardbirds!

Estou passando claramente por uma fase de vício nos Yardbirds...
Aqui está a quintessência dos anos sessenta: drogas, sexo, rockn'roll, juventude transviada... Tudo em um só filme! Blow Up (1966), do italiano Michelangelo Antonioni - dizem que é o primeiro filme inglês "sério" (?) onde a mulherada aparece pagando xoxotinha - , com trilha sonora de Herbie Hancock (!), conta a história de um fotógrafo britânico boêmio que, ao ampliar uma foto tirada num parque, parece ter descoberto um crime. Tudo regado a orgias, drogas e... Yardbirds!
Aí embaixo o trailer e, depois, a seqüência de Jimmy Page e Jeff Beck com "Stroll On" (uma versão deles mesmos de "Train Kept a Rollin", para evitar problemas com direitos autorais).
Recomendadíssimo!



Aposto um podrão na carrocinha do Bororó como ninguém acha o sósia do Michael Palin do Monty Python - ou o próprio - na platéia do show!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O assassino mais paciente do mundo

Mil perdões pelo desenterro de hoje. Trata-se de mais um filme dos anos setenta, mas com um pequeno detalhe: esse é tão ruim, tão odiosamente ruim que só está valendo pelo inusitado.
 O esquema dele é igual à quase totalidade dos filmes de terror, onde uma coisa maligna qualquer resolve matar um monte de gente.
Mas, se durante os anos 50 e 60 a coisa maligna supracitada geralmente era um alienígena ou um monstro (quase sempre radioativamente perigosos), nos anos 70 várias vertentes tiveram início ou ganharam força. Cito, por exemplo, assassinos seriais,  o diabo e utensílios ou objetos amaldiçoados dos mais variados. A película exumada de que falo faz parte da última categoria. É com pesar, caríssimos, que lhes apresento "Death Bed: The Bed that Eats" ("Cama da Morte: A Cama que Come" - não é de vomitar?), de 1977. Lixo Total!
O filme segue o estilo de terror sexploitation-surrealista (?!) e é meio paradão (Jura? Por que será? Deixe-me ver... é uma CAMA ASSASSINA!). A coitada, para sobreviver, precisa esperar os jovens casais libidinosos resolverem tirar o atraso deitando nela. Nem preciso dizer que a casa assombrada onde se encontra nossa vilã está longe pra cacete da civilização. Aí embaixo, no vídeo, é possível observar o modus operandi do trambolho maligno: ela dissolve toscamente as vítimas com ácido, deixando somente os ossos.
Somente recomendável para amantes do trash... embriagados... e comatosos. Hediondo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Moleque, o Cachorro e a Grande Bomba

Aqui, na mesa de autópsia desse borogue, mostrarei hoje um pouco das vísceras de um estranho filme dos anos setenta sobre o destino de um jovem e seu amigo policial em busca de sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico. Os dois enfrentam toda sorte de perigos, inclusive, até, gangues de assassinos sanguinários.
Fiquem tranqüilos: não é Mad Max.
O filme que lançou Mel Gibson ao estrelato é de 1979, e o exumado de hoje é de 1975, mas o cenário desolador (e um detalhe ou outro também, quem sabe) parece ter sofrido influência de "A Boy and his Dog", do diretor L. Q. Jones.
O jovem perambula pelo ambiente catastrófico pós Quarta Guerra Mundial acompanhado de um cachorro policial resmungão (sim,  é isso mesmo, pois o bicho tem dons telepáticos!) e um acordo é estabelecido entre os dois: Vic (o garoto) precisa conseguir comida para Blood (o cão) e este deve encontrar mulheres para o primeiro foder com.
Sem estragar muito a surpresa, complicações surgem quando Vic é atraído por jovem fêmea para uma sociedade subterrânea bizarra (muito parecida com uma cidade caipira americana à noite!).
Trata-se de uma ficção científica com doses na medida de humor negro em contraste com o deserto arruinado; o último diálogo do filme é sensacional!
O pôster e o trailer original seguem abaixo. O Exumador recomenda!







(Não, não sei quem é Sousa)

A exumação do Page violinista

Atendendo a pedido, mais uma de Jimmy Page nos Yardbirds. O nome dessa é "Dazed and Confused".
O nome da primeira exumação é "Happenings Ten Years Time Ago", desculpem a falha imperdoável de não nomear a música.