sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Stan Lee, Ed Woods, o Incrível Hulk e a Besta de Yucca Flats

O Stan Lee, aquele simpático velhinho inventor de vários dos personagens em quadrinhos daquela famosa editora, a Disney, sempre disse que a inspiração para um dos seus super-heróis mais famosos, o "Incrível Hulk", era a criatura de Frankenstein e o romance do Doutor Jekyll e do Mr. Hyde. Isso, claro, é o que ele conta oficialmente nas entrevistas, porque tenho a impressão de que na realidade sua base criativa para o monstro esverdeado tenha sido um filme tenebroso estrelado pelo não menos tenebroso Tor Johnson, um dos atores (?) preferidos do inigualável cineasta Ed Woods. Para refrescar a memória dos caríssimos leitores, Tor Johnson interpretava (!?) aquele zumbi careca de olhos esbugalhados e boca aberta que perambulava por aquele cenário tosco de cemitério do filme "Plano 9 do Espaço Sideral" - este considerado o pior filme já realizado (isso porque não viram essa produção desgraçada da qual falarei mais adiante).
Bem, vejamos se consigo explicar direito minha suposição: o "Hulk" surgiu em 1962, e a sua primeira história nos mostra um brilhante cientista americano atingido acidentalmente pela radiação de uma bomba gama durante testes realizados em um deserto. Mas, ao invés de morrer, o homem se transforma em um monstro dotado de fúria incontrolável e força descomunal.
Agora, observem a sinopse (?) de "A Besta de Yucca Flats", produção de 1961 do diretor Coleman Francis (que graças aos céus só fez mais dois filmes depois desse e parou): brilhante cientista russo é atingido acidentalmente pela radiação de uma bomba nuclear durante testes realizados em um deserto (o tal de "Yucca Flats"). Mas, ao invés de morrer, o homem se transforma em um monstro dotado de fúria incontrolável e... feiúra descomunal! Não são histórias muito parecidas?
Mas só tenho a acrescentar, caríssimos, que esse filme horrendo é um teste aos limites da paciência dos mortais, porque ele quase não tem diálogos (e quando tem, é tudo dublado na pós-produção - o diretor ainda por cima não filmava as cenas das conversas mostrando a boca ou o rosto dos atores, só para poder inserir as falas aleatoriamente pelas cenas!) e o infeliz do Coleman Francis é o narrador mais deprimente de que se tem notícia, pois diz frases sem sentido ao longo de toda a projeção, como: "Toque um botão. Coisas acontecem. Um cientista vira uma besta". Ou ainda: "Bandeira na Lua. Como ela chegou lá?"
Isso sem mencionar a fabulosa técnica de atuação do astro Tor Johnson, que mantém sua boca fechada enquanto não é a besta, mas após o acidente nuclear sua condição monstruosa é evidenciada por sua boca sempre escancarada! Aliás, o que dizer de um filme cuja melhor cena é a aparição não roteirizada de um coelho (o melhor ator disparado) que resolveu contracenar com a bisonha  monstruosidade russa no final? Caríssimos, trata-se de uma produção trash das medonhas, de deixar qualquer um verde de ódio... ou de nojo!





"A Besta libera sua fúria"!



"O Hulk libera sua fúria"!


O pôster libera sua fúria!




O Gárgula (cientista russo da KGB deformado e inimigo do Hulk, também surgido em 1962. Coincidência? Claro que não...) libera sua fúria!

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