Sim
caríssimos! O blogue estava meio abandonado, quase um defunto cadavérico falecido
de morte morrida (muito em parte por preguiça,
esse enfadonho pecado capital do mal!), mas os dedicados e insanos paramédicos
do filmaço do Scorcese, “Vivendo no Limite”, se encarregaram de ressuscitar esse combalido espaço
de exumações que definhava na sarjeta, em uma sessão do descarrego
inesquecível envolvendo desfribiladores, psicotrópicos e velas do sétimo dia! Aleluia,
São Nicolas Cage!
A antológica cena da ressurreição
de “Vivendo no Limite” (1999), de Martin Scorcese:
Aleluia!
Pois rufem os
tambores porque o “Anti-Oblívio” está de volta! Amém! Oh lorde, sempre que
tiver um tempinho de sobra, dividirei aqui com os caríssimos e ávidos leitores exumações
cinematográficas - e otras cositas más!
Mas aproveitando
o assunto dos cadáveres mortos de defuntos já falecidos que resolvem ignorar
essa definitiva condição da mortalidade humana para assombrar o plano terreno por puro tédio - ou sadismo,
no caso de Gasparzinho, o pentelho nada camarada –, que tal
partirmos para a fantasmagórica exumação do filme de hoje? Fiquemos, pois, com “Enter
The Void”, produção gigantesca de quase três horas de duração do polêmico diretor
de “Irreversível” e “Seul Contre Tous”, Gaspar Noé.
Nessa
maluquice surreal acompanhamos a trajetória do fantasma junkie Oscar, um jovem traficante
cuja vida foi encerrada em Tóquio. Mais precisamente no banheiro do bar chamado
“The Void” - ou, em tradução tosca para o português, “O Vazio”. Qualquer relação
com o assassinato no bizarríssimo clube gay sadomaso “Rectum”, do filme “Irreversível”,
e à passagem truncada do tempo ao longo da exibição não é mera coincidência!
Também é importante mencionar como os espectadores são lançados numa experiência psicodélica inesquecível durante a extensa projeção: o filme se passa através dos olhos ectoplásmicos do chapado protagonista (aquela famosa perspectiva do videogame “Doom”!), e já na enorme abertura somos submetidos a letreiros hipnóticos, psicodélicos e fosforescentes embalados por uma música espectral! Não deixem de jeito nenhum que criancinhas assistam esses créditos iniciais, sob pena de reprise dos ataques epiléticos causados pelo maldito anime do Pikachú!!
Trechos dos epiléticos e hipnóticos créditos iniciais de "Enter The Void" (Gaspar Noé, 2009):Também é importante mencionar como os espectadores são lançados numa experiência psicodélica inesquecível durante a extensa projeção: o filme se passa através dos olhos ectoplásmicos do chapado protagonista (aquela famosa perspectiva do videogame “Doom”!), e já na enorme abertura somos submetidos a letreiros hipnóticos, psicodélicos e fosforescentes embalados por uma música espectral! Não deixem de jeito nenhum que criancinhas assistam esses créditos iniciais, sob pena de reprise dos ataques epiléticos causados pelo maldito anime do Pikachú!!
Como é de se
esperar nas películas do Gaspar Noé, temos insanidade de sobra e movimentação
de câmera maneiríssima! Quanto ao desenrolar da história, nosso perturbado fantasminha
camarada passeia nessas mais de duas horas e quarenta de filme por uma
superiluminada e sempre estranha Tóquio, tendo flashbacks da infância e espiando sua fenomenal irmã stripper gostosa trepando loucamente
(um brinde a Paz de La Huerta!).
Logo de cara somos lançados no extramundo lisérgico do século vinte um, em impressionante sequência parecida com a vivida por William Hurt no fabuloso “Viagens Alucinantes” do diretor Ken Russel! A diferença é que no século vinte e um a “viagem alucinante” é mais fosforescente e computadorizada! E, no fim das contas, o filme nada mais é do que um “sexploitation hippie de arte” (olha as minhas classificações de gênero absurdas de volta!) em sua melhor definição, pois nossos sentidos são estimulados impiedosamente até o clímax inacreditável dos órgãos genitais fosforescentes rumo à transcendência final! É o ciclo da vida e da morte se fechando na bizarra Tóquio regado a drogas e sexo animal!
Logo de cara somos lançados no extramundo lisérgico do século vinte um, em impressionante sequência parecida com a vivida por William Hurt no fabuloso “Viagens Alucinantes” do diretor Ken Russel! A diferença é que no século vinte e um a “viagem alucinante” é mais fosforescente e computadorizada! E, no fim das contas, o filme nada mais é do que um “sexploitation hippie de arte” (olha as minhas classificações de gênero absurdas de volta!) em sua melhor definição, pois nossos sentidos são estimulados impiedosamente até o clímax inacreditável dos órgãos genitais fosforescentes rumo à transcendência final! É o ciclo da vida e da morte se fechando na bizarra Tóquio regado a drogas e sexo animal!
O filme é quase uma reprodução da chamada “Experiência de Quase Morte”, que são os relatos de gente com um pé na cova que retornou ao mundo dos viventes. Quase sempre eles contam sobre aqueles flashbacks de momentos importantes da vida, ou o famoso túnel com a inevitável luz no final e, principalmente, a experiência de deixar o próprio corpo e vagar por aí no estilo do Gasparzinho. Interessante notar que esses relatos, muitas vezes associados a uma experiência religiosa, não são exclusividade da cultura ocidental. Ainda que a religião preferida de grande parte da classe média burguesa seja o espiritismo, existem culturas bem antigas onde a essência do espírito humano viaja pra fora do corpo, como por exemplo em cerimônias pagãs de aborígenes australianos, de hindus, e até em certos lugares da América Central.
No fim, o grande “barato” (!) da “viagem” (!) em forma de película proporcionada por Gaspar Noé, “Enter the Void”, é a vivência dessa experiência audiovisual única da alma pra fora do corpo, tão lisérgica, transcendental, psicodélica e orgásmica quanto pode ser a dos fantasmas de Timothy Leary ou de William Burroughs! Sexo, Drogas, Roquenrrou, e muito Neón, o verdadeiro ciclo da vida onde Rei Leão nenhum é doido de se meter a besta!
Confiram o trailer do filme onde a câmera e o espectador "viajam" junto com o fantasmagórico protagonista drogado!
P.S.: Se possível, assistam “Enter the Void” com a luz apagada e muita cerveja na idéia, escutando na vitrola a trilha sonora do Rei Leão de trás pra frente! Esconjura Satanás, São Nicolas Cage!!
Aeeeeeeeeee
ResponderExcluirEstava fazendo falta, bem vindo de volta, com seu estilo incopiável* de escrever.
ResponderExcluirLonga vida! All hail, Exumador!
P.S. Maldito, Gunfree, estava no F5....
Fala caríssimos! O estilo de escrita é incopiável e às vezes até ininteligível, mas é feito com carinho!
ResponderExcluirPromessa é dívida, tentarei manter pelo menos uma base semanal -agora aturem!
Horror!
Maldito Douglas,
ResponderExcluirretorno com Gaspar Noé merece aplausos de pé!
E por pura desobediência civil, Exumador o cabeludo mais cabeludo dos sete cabeludos!
http://migre.me/eV7ME
K.Buddy Holly!
Fala King, um abraço!
ExcluirPor falar em RC, acompanhei sua evolução capilar, aprendi examinando detalhadamente o mestre e a sua complexa arte do combover! Desde que a telha foi escasseando, nunca mais um especial de fim de ano da Globo teve "Jesus Cristo" com aqueles ventiladores gigantes!!
Rave On!!!