quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Travecum Heroicum Est?

Em 1938 a DC Comics criou o Super Homem. Em 1939 foi a vez do Batman. O primeiro usa a cueca pra fora da calça e é o alienígena musculoso, espalhafatoso e poderoso com forte senso de justiça para proteger o seu planeta adotivo. O segundo também usa a cueca pra fora da calça, é órfão de pais milionários assassinados, sombrio e inteligente com vingativa obsessão contra todos os malfeitores. Assim, a clássica fórmula está consagrada para se criar centenas de combinações de outros super-heróis nas histórias em quadrinhos americanas mesclando-se características "diurnas" e "noturnas" desses dois bambambãs dos gibis.

Mas seguindo o estilo dos quadrinhos pulp baratos e toscos que fizeram sucesso até os anos 50, a maioria dos heróis criados até os anos 40 nos States era mais parecida com o Batman e vinha sem poderes; na verdade alguns eram até monotemáticos, como o Sandman de 1939, que só contava com a cueca pra dentro da calça (!) e com uma pistola sonífera para combater o crime! Santa coragem, Batman!

E é nessa época dourada e glamurosa, mais precisamente em 1940, que nasce a primeira super-heroína do mundo, caríssimos! Não, não se trata da sensual Mulher Maravilha que virá no ano seguinte (criada pelo mesmo sujeito que inventou o polígrafo!!! - não é mentira!) com suas inesquecíveis pernas de fora e botas até a coxa, mas sim a Tornado Vermelho! Quem? Olha aí embaixo:



Bizarro, não? Tornado Vermelho era, em sua identidade civil, uma pacata dona de casa de meia idade sem poder nenhum que usava como fantasia um cobertor comum no lugar da capa e uma panela na cabeça e era confundida com um homem! Em 1940!!! A primeira paródia do gênero dos super-heróis também satirizava o gênero das identidades sexuais nos quadrinhos! Mas, para assombro eterno dos caríssimos leitores, Ma Hunkel (a identidade civil da simpática senhora misto de heroína e dona de casa) não é o primeiro personagem travesti dos quadrinhos! Santo espanto, Batman! O primeiro traveco nos gibis veio meses antes, também em 1940, na forma de... Madame Fatal!!!




Madame Fatal não é só mais um herói fantasiado!

Madame Fatal e seu fiel parceiro shakespeariano papagaio-prodígio!!


"Santo mau gosto, Robin! Que jeito mais horrível de se vestir!
Simplesmente andrajoso!"

Que ano esquisito para os quadrinhos, não? Bem, Madame Fatal é uma velhinha sexagenária que enfia a bolacha nos malfeitores com sua bengala! E qual é o seu poder? Ora, na verdade a velhinha sexagenária é homem! Trata-se de um ator/detetive/ricaço que se disfarça de velha e não usa cueca pra fora da calça para combater o crime, mas sim manta, vestido, peruca, maquiagem, bengala, anágua... e calcinha!! Mais uma vez... Santa coragem, Batman!

Nem é preciso dizer que lá pelos anos 50 a DC Comics comprou esse personagem, mas nunca mais foi usado - os conservadores editores preferiram esquecê-lo (a!), diferente da Tornado Vermelho, que virou até dona de casa da mansão da Sociedade da Justiça! Mas pensando bem, como aproveitar um super-herói fantasiado cujo poder é ser parecido com "Uma Babá Quase Perfeita"? Matutemos sobre tão fundamental questão enquanto assistimos a um trecho do Robin Williams no ápice da sua bisonhice no supracitado filme:


   Trechos de "Uma Babá Quase Perfeita" (1993), super-herói travesti-heterossexual do Robin Williams que limpa, dança, cozinha, salva seu casamento do Ricardão e ainda espanca assaltantes de velhinhas na rua!


Um comentário:

  1. Esse véia parece uma tia May boladona !! Bem que o Homem Aranha merecia apanhar de uma vovó (ou vovô travesti) pra parar de andar de roupa coladinha...

    E tirando os pés de moça, muito legal o visu da Tornado Vermelho UA HAUAU

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