terça-feira, 19 de junho de 2012

Comer, Rezar, Amar... ou Vomitar, Esquartejar, Ejacular... Empalhar.

O que é a Centopéia Humana? Ela é bizarra. Ela é grotesca. Ela é nojenta.

Muito parecida com o mundo bizarro, grotesco e nojento em que vivemos, por sinal.

Pela união do trato digestivo das vítimas do filme de terror barato resenhado no The Dark One Podtrash dessa semana, a "Centopéia Humana" (http://td1p.com/podtrash-94-todos-juntos-agora/), o que falta ser mais horrendo do que participar de tão íntima e escatológica experiência?

Ora, o mais horrendo seria explicar que as cenas bizarras, escatológicas, grotescas e nojentas  presentes no seu filme são uma crítica social e política às instituições do seu país de origem, mais precisamente no Leste Europeu!

Mas caríssimos, a exumação de hoje não é "A Serbian film - Terror Sem Limites" (2010), filme horrendo (em todos os sentidos!) que faz crítica social e política às instituições da Sérvia! A exumação de hoje é um filme horrendo (em todos os sentidos!) que faz crítica social e política às instituições da Hungria! E é de 2006! O terror sem limites está um pouco mais ao norte da Sérvia!



Fiquemos, então, com "Taxidermia", de György Pálfi, uma espécie de metáfora surreal-grotesca sobre três gerações da sociedade húngara com cenas bizarríssimas que não assistimos todo dia no cinema. Elas não estão conectadas do mesmo jeito que na Centopéia Humana, elas estão ligadas por algo muito mais horrível... o parentesco!



Na primeira parte dessa viagem em forma de película, acompanhamos a crítica ao militarismo durante a Segunda Guerra Mundial no dia-a-dia dos húngaros. O filme pega pesado no surrealismo, então posso dizer que muita coisa inédita no cinema em termos de bizarrice nos será apresentado. O protagonista dessa parte, um soldado raso pedófilo com lábio leporino que dorme no estábulo de um figurão militar, adora se masturbar com banha de porco observando as filhas e a esposa gorda desse figurão. É a primeira vez, como admirador do cinema bizarro, que pude assistir uma banheira de madeira se transformar em berço, mesa de velório, mesa pra fazer pão e bacia de parto numa seqüência muito bem filmada em 360 graus, além de um homem ejacular fogo (!?!) e o sexo grotesco com o cadáver de um porco - que vai gerar o protagonista da segunda parte, portador de um lindo rabo suíno! Tudo isso só na meia hora inicial do filme!



Na segunda parte, o moleque se torna um glutão obeso mórbido, além de campeão olímpico húngaro de uma nova e bisonha modalidade esportiva por trás da Cortina de Ferro... comer pra cacete muito rápido!

E parece que esse "esporte" ultrapassou as fronteiras soviéticas da época da Gerra Fria e faz muito sucesso atualmente nos States, como o bizarro-vídeo abaixo pode comprovar...

Coreana maluca quase quebra seu próprio recorde mundial devorando asinhas de frango nos EUA

Como diria o maldito Will Ferrell, a vida é mais estranha que a ficção!

E com o que mais somos brindados nessa segunda parte bisonha da história húngara? Com uma singela e edificante seqüência de vômitos, regurgitações e que tais! Após se casar com uma linda e enorme moça que também devora tudo pela frente nessa diferente modalidade esportiva por demanda da Vida, essa entidade batalhadora que sempre procura se perpetuar operando milagres, nosso glutão gera prole pra fechar o filme na terceira geração de esquisitice!



O mais bizarro, evidente, fica guardado pro final, a Hungria capitalista: o filho do comilão Jabba The Hut (a esta altura ele tem o peso idêntico ao de uma caminhonete) é um branquelo raquítico taxidermista!!!! É quase como se Willy Wonka resolvesse empalhar criancinhas ao invés de fabricar chocolates fantásticos pra molecada! Ou melhor, imaginem se o inesquecível Dr. Phibes tivesse deixado um dedicado e cadavérico aprendiz embalsamador como herança de horror, medo e desepero para o mundo! Pois se no primeiro segmento - o de crítica ao fascismo - tivemos perversão sexual e no segundo - crítica à Guerra Fria - vômitos e nojeira de sobra, no final - o de crítica ao capitalismo - temos um festival de sangue, vísceras, animais de estimação devoradores de gente e empalhamento macabro! O realismo explicitamente "gore" do final é de uma agonia atroz, quase sadomasoquista, eu diria, para quem está assistindo!

Enfim, "Taxidermia" é imperdível para os amantes do cinema bizarro, cujo mote pode perfeitamente ser o velho clichê de a arte imitar a vida... com a singela adição, claro, de também imitar a morte!

Trailer surreal de "Taxidermia" (2006)
Atenção! Cenas impróprias para menores a seguir, contendo... bem, quase tudo de grotesco que um trailer pode ter, incluindo a união romântica do adorável casal que deve somar o peso de um Boeing!



2 comentários:

  1. Douglas, isso realmente é muuuuito bizarro !!!!!!!!!!!!!!!!

    Cordeiro Disléxico e Esquartejado

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