quinta-feira, 31 de março de 2011

A rainha do ácido


Eric Clapton, Elton John, Jack Nicholson... "Tommy", o musical de 1975 baseado no disco ópera-rock de mesmo título de 69 dos fodões The Who sobre o moleque cego, surdo, mudo e traumatizado que vira primeiro campeão de pinball graças ao sentido do olfato (!) e posteriormente líder espiritual, é recheado de artistas conhecidos em participações espetaculares e especialíssimas.

Todavia, como aqui no Anti-Oblívio está decretada oficialmente a semana 100% negritude, ficamos com a politicamente incorreta e profissional do sexo "Acid Queen", performance inesquecível de Tina Turner:

"Acid Queen" - The Who


A cigana "Acid Queen" é orgulhosamente um oferecimento psicodélico dos cigarrinhos de chocolate ao leite "Pan"!


"Eu amo a Rainha do Ácido"!

O profeta negro de Saturno descendente de Ra


Na semana do já citado "Trashbattle" sobre os negros sinistros do cinema americano, resolvi assassinar dois leporídeos com uma chapuletada só. Explico: um ébrio ouvinte - Ricardo Abdalla - solicitou, durante o carnaval, que falássemos sobre algum filme tendo o sol de tema.

E pela união de um filme de negão dos anos setenta mais nosso querido astro-rei, eis que orgulhosamente exumo "Sun Ra and his Intergalactic Solar Arkestra - Space is the Place" (feito em 72 e lançado em 74, do diretor John Coney), viagem lisérgica das brabas!

Sun Ra - e esse era o nome do sujeito na vida real, eu juro! - foi um talentoso músico de jazz que costumava se apresentar nos shows fantasiado de faraó egípcio igualzinho a um destaque de carro alegórico do Arrastão de Cascadura (nem preciso falar que toda sua banda, a "Intergalatic Arkestra", também vinha fantasiada). Dizem que esse modo espalhafatoso de se apresentar influenciou até o "Afrika Bambaataa"!

Sun Ra se via como um profeta - cuja mensagem era a música - vindo de Saturno (!) e acreditava  na cultura negra ter raízes profundas no legado dos antigos egípcios e ser descendente direto dos deuses do Egito (!?). É, caríssimos, nem William Burroughs, o escritor drogado beatnik, em suas alucinações mais espetaculares, teria  imaginado isso...

Vamos ao filme, concebido como um veículo para a música de Sun Ra, onde o artista quis mostrar a situação da comunidade negra americana. Estão sentados? Preparem-se para a história: nosso querido protagonista e sua banda encontram o planeta ideal para povoar de negros estaduninenses. Viajando no tempo, ele encontra o "Overseer", espécie de "cafetão supremo", e eles vão duelar num jogo de cartas sobre o sucesso da missão e o destino da comunidade negra. Ao mesmo tempo (!?), Sun Ra pousa sua nave amarelo-berrante em forma de fone de telefone antigo nos Estados Unidos dos anos setenta e abre uma agência de empregos (a "Space is the Place") para arregimentar gente para ir com ele para o espaço. Tudo isso entremeado com apresentações musicais dele e da Arkestra, sem se preocupar muito com a linha narrativa do filme - a mensagem profética do faraó reencarnado e alienígena, afinal, é mas importante do que a história.

Nessa produção, o blaxploitation dos anos 70 e sua crítica social se mesclam com ficção científica tosca dos anos 50 e 60 com pitadas, ainda, de filme ópera-rock e, até, caramba... com "O sétimo Selo" do Ingmar Bergman! O duelo de cartas do protagonista com o "Cafetão Entidade" lembra a partida de xadrez do cavaleiro com a Morte!

O final precisa ser dito, me perdoem: Sun Ra embarca os escolhidos na nave amarela (e não no submarino amarelo) e deixam a Terra, que explode. Parênteses rápido: uma melancia pintada como a Terra é despedaçada e fica flutuando à deriva no espaço sideral, enquanto sobem os créditos finais e o jazz espectral-psicodélico aumenta de volume...

Sem mais o que conseguir dizer, só posso lhes desejar boa viagem, caríssimos!

Introdução


Trecho da "Intergalactic Solar Arkestra" dentro do filme


Será que os criadores de "Star Gate" assistiram isso aqui chapados primeiro?

terça-feira, 29 de março de 2011

Blade X Morpheus

Ainda no embalo do "Battletrash" dos negões sinistros do cinema americano (http://td1p.com/podtrash-29-trashbattle-2-b-a-m/), vamos para a arena virtual com o jogo dos sete erros entre a trilogia "Blade" de Wesley Snipes e a também trilogia "Matrix" do "Morpheus" de Lawrence Fishburne:

                                                             Blade (1998)

                                                                              VS.

                                                                Matrix Revolutions (2002)


                                                               Blade (1998)
                                                          
                                                                     VS.

                                                             Matrix (1999)




Blade Trinity (2004)
                                                                           
                                                                        VS.

                                                          Matrix Revolutions (2003)


E finalmente, para variar um pouco:             

                                                 Blade Trinity (2004)




VS.

Tekken 5 (2004), o "video-jogo" de pancadaria

Pelé sacudo!


Embarcando na onda do "Podtrash" (http://td1p.com/podtrash-29-trashbattle-2-b-a-m/) dessa semana sobre os negões de respeito do cinema dos EUA, vamos todos prestar homenagens à história de alguns negões "sacudos" (como bem definiu Demetrius, o "Anjo Negro", "badass" é o negão americano e "sacudo" é o negão nacional) de nosso querido Brasil varonil, entre eles o Pelé.

Pelé?! Sim! O ex-atleta, além de craque futebolístico e astro mundialmente famoso, também é compositor, cantor e... ator! Não me refiro ao documentário sobre a sua carreira ("Pelé Eterno") nem à sua parceria com o Didi e sua trupe (incluindo o imortal Mussum, esse negão da melhor estirpe) em "Os Trapalhões e o Rei do Futebol" de 86, mas sim ao inacreditável "Os Trombadinhas" de 79! Aqui, nosso herói precisa acabar com o problema das crianças criminosas  que dá título a essa pérola cinematográfica.

Para isso, usa suas habilidades de jogador de futebol e assistente social para ajudar a polícia no cumprimento da lei, enquadrando os meliantes responsáveis pelo desvio de conduta dos pequenos delinqüentes juvenis. E os moleques vão parar em reformatórios ou vão treinar futebol graças à caridade magnânima do messias de chuteiras.

E, para comprovar a sua "sacudidade", assistam ao tratamento dispensado a uma das vilãs do bisonho e obscuro filme (e torçam para que o Canal Brasil volte a reprisá-lo):



Sentiram a classe do Jô, digo, Pelé, quando ele entrega a arma pro poliça de embaixadinha enquanto chama a dita cuja de piranha?

E, com isso, encerramos com o trombadinha mexicano Chaves: entre Maradona e Pelé, adivinhem quem ele prefere?



P.S. sinistro: essa bomba é dirigida por Anselmo Duarte, o sujeito responsável por "O Pagador de Promessas"!

sexta-feira, 25 de março de 2011

O filme de quatro horas de duração sobre o japonês tarado



Sinopse rápida de um filme de 2009 ("Love Exposure") tão gigantesco quanto insano: moleque japonês reprimido sexualmente criado por um pai - e padre católico - relapso, super cristão e conservador, resolve cometer uma série de pecados. Assim, ele pode se confessar na igreja, ganhando a atenção familiar desejada. Quando o garoto decide radicalizar nos pecados cometidos e transformá-los em transgressões sexuais, vai em busca do Mestre da Perversão (!), o senhor do conhecimento ancestral de se tirar fotos das calcinhas das mulheres sem que elas percebam (?!), e também se torna um mestre no assunto.

Um dia, travestido de "Senhorita Escorpião" (!?!) por causa de uma aposta, encontra o amor de sua vida: uma garota mega religiosa e super reprimida sexualmente, que eventualmete se transformará em sua irmã postiça, porque seu pai maluco vai se casar com a madrasta dela!

Essa história bizarríssima de amor vai acabar sendo dificultada (e virando um triângulo amoroso) quando uma maluca - vejam só! - também reprimida sexulamente de uma seita tipo aquela "religião" do John Travolta e do Tom Cruise, a cientologia (só que com lances cristãos no meio) resolve cooptar os dois pombinhos para seus propósitos macabros. O final é digno do drama psiquiátrico "Um Estranho no Ninho", do Milos Forman, com o fantástico Jack Nicholson.

O diretor Shion Sono também é o responsável por uma película já exumada por aqui: "Suicide Club" (no post "Clube de rotatividade máxima", de setembro do ano passado), e podemos perceber alguns temas comuns nos dois filmes, como o amor adolescente, o suicídio, a loucura e suas relações com os cultos religiosos, a lavagem cerebral e outras questões corriqueiras. A diferença é que o filme de hoje tem quatro horas de duração! É isso mesmo: quatro horas de projeção sobre a loucura de um pervertido travestido e o seu amor pela garota temente a Deus com ódio mortal dos homens!

Vale a recomendação pelo bizarramente religioso, ou pela bizarrice religiosamente absoluta? Em termos de esquisitice, como já falei aqui diversas vezes, o Japão reina supremo!

O Trailer

quarta-feira, 23 de março de 2011

O cauteloso clínico consumidor de cigarro causador de câncer e a campanha comercial do camelo

Acreditem se quiser, caríssimos, mas as propagandas de antigamente vinham até com médicos recomendando cigarros!

O anúncio norte-americano a seguir afirma que se especialistas da medicina fumarem mais a tal marca do camelo em comparação com outras, é porque ela supostamente seria melhor para os tabagistas. Além disso, ainda somos informados de que só essa marca combina mais com a sua garganta e com o prazer associado ao hábito do fumo. É mole ou quer mais?

Só vamos torcer para o doutor em questão não ser pneumologista, senão a carreira dele estará com os dias contados! Bizarro...

terça-feira, 22 de março de 2011

A união dos Zés

O segundo disco de Zé Ramalho, "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu", gravado em 1979 e lançado no ano seguinte, é o meu disco favorito desse compositor e cantor de voz cavernosa. Acho muito maneiro o seu estilo de declamação tipo cordel, e há influências claras do repente nordestino, bem como o rock country de Bob Dylan.

E adivinhem quem aparece na capa do disco "A Peleja do Diabo..."? Ninguém menos que o mestre do cinema de terror brasileiro independente José Mojica Marins, o Zé do Caixão - o que contribuiu bastante para esse ser o meu disco preferido de Zé Ramalho!


Esse disco só tem dez músicas, mas a força e qualidade típicas do compositor estão presentes em cada uma delas. As mais famosas, inclusive no âmbito geral da carreira do Zé Ramalho, "Admirável Mundo Novo" (que virou tema de novela dos anos 90 da Rede Globo, "O Rei do Gado") e "Frevo Mulher" - um agalopado (frevo + forró) frenético que foi definir novo rumo ao carnaval da Bahia, segundo Caetano Veloso -, estão aqui. Escutem a segunda munidos  de sombrinhas coloridas com fitas:

Frevo Mulher



Para se ter noção do nível de maluquice hippie também encontrada na obra do artista, temos "Avohai" - que não está nesse álbum, mas Zé Ramalho garante que foi "totalmente psicografada" (!)  - recheada de elementos surreais e esotéricos.

 Já a música que dá título ao disco remete a letras de forte cunho político-social e, deixe-me ver... grandes doses de surrealismo profético (!?) - nem vou explicar o que é "surrealismo profético", vou deixar no ar...

A Peleja do Diabo com o Dono do Céu



Uma outra música do disco interessante é biográfica, "Garoto de Aluguel (Taxi Boy)". Zé Ramalho, pobre e faminto, se prostituiu (!?!) no Rio de Janeiro dos anos 70 antes da fama. É, caríssimos, não me perguntem quem foi o corajoso pagante do serviço prestado pelo então depauperado e depenado artista. Provavelmente desesperado por sexo, porém de alma caridosa, garantiu as refeições do talentoso cantor cuja beleza, convenhamos, não é a do exterior.

Garoto de Aluguel (Taxi Boy)



Bem, as minhas duas canções preferidas são os "galopes" "Beira Mar" e "Mote das Amplidões" bem estilo repentista que fecham a exumação musical do álbum que reúne esses dois Zés fantásticos. As outras músicas não citadas são "Falas do Povo", "Pelo Vinho e Pelo Pão", "Jardim das Acácias" e "Agônico". Muito bom!

Mote das Amplidões



Beira Mar



Viva Zé Ramalho! Viva Zé do Caixão!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Vai Ucrânia!

O "Eurovision" é uma competição anual de canções entre os países europeus transmitida para o mundo inteiro. Cada nação elege todo ano a nata, o sumo, o melhor, o supremo, o topo absoluto em termos de música e cantor para entrarem na disputa há mais de 50 edições.

Por ali já participaram Scott Fitzgerald pela Inglaterra, "ABBA" pela Suécia (o grupo atingiu fama internacional graças à vitória nessa competição) e até a então desconhecida Celine Dion "pré-Titanic" (que é canadense) representando os suíços!

Mas vejam só o que a Ucrânia enviou como melhor música em 2007, ou seja, aquilo ali é a maior qualidade possível em termos de "MPU" ("Música Popular Ucraniana"!) - e, acreditem, chegou em segundo lugar!

Verka Serduchka - Dancing Lasha Tumbai (Ucrânia Eurovision 2007)




É medo, horror e desespero para todo o sempre!
Ah, a Europa e sua tradição ancestral na música, rigorosamente produzindo o melhor...

quinta-feira, 17 de março de 2011

O faz-de-conta e a moral da história

Tim Minchin é um pianista australiano compositor de músicas bem humoradas sobre diversos temas, inclusive sobre um determinado livrinho preto de fábulas antigo que já vem com moral da história e tudo mais.
Confiram, é impagável (para assistir com legendas, é só clicar no "cc" no canto inferior à direita do vídeo):

Tim Minchin - "The Good Book" ("O Bom Livro")

quarta-feira, 16 de março de 2011

Herança para Jason Voorhees

Depois de muito sexo, drogas e rock n'roll (não necessariamente nessa ordem), o multi-instrumentista de psicóticas personalidades múltiplas John Cale abandona sua parceria com o outro maluco da lendária e fundamental "Velvet Underground", Lou Reed (compuseram juntos músicas ligadas a amenidades como a heroína e os traficantes, por exemplo) e decide seguir carreira solo. Para se ter uma idéia, essa banda influenciou gente de peso do rock como Brian Eno, David Bowie, Nirvana e R.E.M., e o insano John Cale parece ter entusiasmado o surgimento de um certo assassino serial mascarado e de facão em punho.

Explico. Voltando pra Inglaterra, na sua fase mais louca e punk rock (época dos maiores excessos de Cale com as drogas), o músico psicopata costumava usar uma máscara de goleiro de hóquei no palco. Vejam só a capa do seu álbum "Guts", de 1977 (o primeiro filme da série "Sexta Feira 13" é de 1980):


Para se ter noção do nível de insanidade do sujeito, sua banda o deixou sozinho no palco em protesto quando o demente resolveu decapitar uma galinha com um cutelo de açougueiro.
Sinistro!

"Fear Is a Man's Best Friend", John Cale (álbum "Guts", 1977):




Jason costuma dizer que sempre tem orgulho das suas influências

E o triste fim do frango Mike - cuja melancólica história ficará para uma outra vez - foi ficar sem cabeça!


Mike, o frango zumbi e sem cabeça

terça-feira, 15 de março de 2011

Os pais do Scooby-Doo

O cão covarde e faminto mais simpático da família de desenhos animados americanos dos Estúdios Hanna-Barbera, Scooby-Doo, teve muita influência durante o processo de sua criação. Vejam só quem colaborou para o seu nascimento no programa que foi ao ar originalmente em 1969:

Meu querido amigo Marmaduke


 Scooby pegou emprestado de Marmaduke a sua raça e o seu jeito estabanado de ser. Esse simpático dogue alemão, presente nas tirinhas de jornais desde 1954, também virou desenho animado na década de 80 e filme infantil em 2010.

Cão Astro dos Jetsons




Do Astro, nascido em 1962 (logo sete anos mais velho que nosso herói canino), Scooby-Doo pegou emprestado o seu dublador original, Don Messick.

Aqui no Brasil, o nonagenário Orlando Drummond - o "Seu Peru" do falecido "A Escolinha do Professor Raimundo" da Rede Globo - dubla o Scooby por mais de 30 anos (!) e por isso aparece no "Guinness", o livro dos recordes







A Turma do Archie e Frank Sinatra



Dos quadrinhos dos anos 40 para os desenhos em 1968, The Archies virou uma banda de música pop com a mesma quantidade de personagens que a animação do Scooby: dois rapazes, duas garotas e um cachorro maluco. A famosa música "Sugar, Sugar" é desse show, por exemplo. Mas outra música é muito mais interessante para nós no momento. "Feelin' So Good (S.K.O.O.B.Y.-D.O.O.)", fala sobre "Skooby Doo", uma linda garota pela qual vale a pena namorar!

"Feelin' So Good (S.K.O.O.B.Y.-D.O.O.)", de "The Archies" (1968):



Já nosso querido Frank Sinatra "Olhos Azuis" leva o crédito por batizar o nome do herói canino por causa de seu improviso "Doo Bee Doo Bee Doo" na canção imortalizada por ele. Confiram:

"Strangers in the Night", Frank Sinatra (1966):




 Com um pedigree desses, não é de se estranhar essa longevidade toda de suas animações. De 1969 até hoje em dia, existem desenhos produzidos que levam seu nome, sem mencionar dois filmes para a criançada lançados em 2002 e em 2004.

O interessante é que a fórmula de sucesso (quatro jovens e uma criatura como detetives solucionadores de mistérios) para "os garotos intrometidos e o seu cachorro" ainda vai influenciar uma infinidade de produções dos Estúdios Hanna-Barbera: "Josie e as Gatinhas", "Goober e os Caçadores de Fantasmas", "Tutubarão", "Fantasminha Legal", "Bicudo, o Lobisomem" e o mais bizarro, "Shmoo, a Foca Fofa".

O "The Mystery Machine", a van pintada de verde psicodélico de Fred, Velma, Daphne, Salsicha e, claro, Scooby, ainda tem muita estrada para rodar, não é verdade?




Scooby Doo Bee Doooo!!! (com Batman e Robin!)

segunda-feira, 14 de março de 2011

O dentista, esse ser maligno

Dia de dentista, caríssimos, é dia de horror, medo e desespero, como todo mundo sabe. Hoje foi assim comigo.

Pois bem, o que leva alguém a ser dentista? Que criança em sã consciência responde "odontologista" à clássica pergunta de algum adulto pentelho "o que você quer ser quando crescer?" Viram só? Nenhuma! Será que esses profissionais abraçam a temível carreira movidos por um sincero e altruísta desejo de ajudar o próximo?

Parafraseando "Thor" (o deus do trovão daquela famosa editora de quadrinhos - a Disney), "digo-te não!"
A força motriz de um dentista é a crueldade, o sadismo, o prazer no sofrimento alheio. Quanto mais alto o pacient... digo vítima urra de dor, mais o profissional do mal se satisfaz. Ele gargalha internamente e vibra no ritmo e ao som do aparelho de tortura infernal supremo, isso mesmo, aquele maldito motorzinho, enquanto nos sufoca de forma deprimente com aquelas horrendas bolinhas de algodão sabor desespero.

Observem um dia normal de trabalho de um típico dentista no trecho a seguir do musical "A Pequena Loja dos Horrores", de 1986:



Um dentista louco, como é de conhecimento geral, é pior do que um assassino louco munido de furadeira...

sexta-feira, 11 de março de 2011

O sapo, esse ser maligno

Muito bem, caríssimos, passados os festejos momescos, vamos continuar com as exumações - é para isso que estamos aqui reunidos, não é verdade? Pois hoje falaremos da maldade em sua forma mais esverdeada - o diabo em pessoa jamais poderia conceber algo tão terrível: o sapo!

Vejam só, meus amigos, os batráquios não estão em muitos filmes - e nem nos desenhos animados, pois as tartarugas aparecem muito mais, ou alguém já ouviu falar dos sapos ninjas? - mas quando aparecem, causam um tremendo impacto, como no filme "Magnólia", aquele em que eles resolvem chover (Rá!):

Seqüência da chuva dos sapos em Magnólia (1999):


Pois bem, os sapos são até pragas bíblicas! Vincent Price, no fantástico "O Abominável Dr. Phibes" - que inclusive foi tema do "The Dark One Podtrash" (http://td1p.com/podtrash-2-o-abominavel-retorno-de-dr-phibes/) - encarna o matador vingativo do título onde cada assassinato tem como tema uma praga divina. O mais curioso é que as mortes causadas pelos demais bichos representantes da ira de Deus - abelhas, morcegos, ratos e gafanhotos - são cometidos pelos próprios. A morte referente à praga do sapo não é cometida por um coaxador verde, mas por uma traquitana mecânica com a forma de um.

Morte da praga do sapo em "O Abominável Dr. Phibes" (1971):


Por que isso aconteceu? Por que o sapo não mata? Será difícil mostrar sua capacidade mortífera? No filme de terror exumado de hoje, "Frogs" (isso mesmo, adivinhão: "Sapos", de 1972), os citados batráquios não matam nem uma única pessoa! Nenhuminha sequer!

Na infinidade de produções de terror com outros bichos assassinos, os bichos assassinam! E tome abelhas, ratos, cobras, cães, tubarões, morcegos e... piranhas do mal! Existe até filme de musaranho assassino ("Killer Shrews", de 1959), aquele roedorzinho ridículo e minúsculo!

No caso de "Frogs", em uma memorável cena, a simpática porém imbecil velhinha apaixonada por catar borboletas no meio do pântano encontra um sapo, o ignora - tola! - e acaba morrendo picada por uma cobra enquanto o maligno marido da rã a encara sem perdão. E logo a seguir um incauto passante encontra também a sua morte... Por picada de cobra? Não! Por um sapo? Mas é claro que não! Ele é abocanhado por um jacaré! Vejam:

"Frogs" (1971):


Todas as outras mortes no filme rigorosamente NÃO são causadas por um batráquio. Até o velhinho da cadeira de rodas morre de ataque cardíaco  no clímax da história.

Mas isso se explica: o sapo das trevas é o mandante, o patrão, o arauto da morte, o chefe do mal que não suja as mãos com sangue mundano; todas as outras criaturas do bosque são os capangas, os paus-mandados! O sapo magnânimo, do alto da sua ruindade, também é um sádico, porque ele te encara e coaxa freneticamente enquanto assiste você morrer!

Querem o exemplo máximo de sadismo e maldade daquele-que-coaxa-e-não-deve-ser-contrariado? Aí está: o desenho animado "One Froggy Evening" de 1955 fala por si só:

One froggy evening




O mal perdura eternamente!

Pôster propaganda enganosa de "Frogs" (nenhum sapo comeu uma mão durante as filmagens):

"Hoje - a poça. Amanhã - o mundo!"

quarta-feira, 9 de março de 2011

O fim do carnaval e a volta ao batente

Esse post é em solidariedade àqueles que, como eu, vão trabalhar na quarta-feira de cinzas bêbados E de ressaca - tudo ao mesmo tempo agora. Oh, a terrível e cruel realidade!

Laerte:

quinta-feira, 3 de março de 2011

Nova modalidade olímpica para os jogos do Rio 2016 já!

Seguindo carona no post anterior sobre celulares, estou lançando, a partir de agora, campanha mundial para a inclusão de nova modalidade esportiva nas Olimpíadas de 2016 aqui no Brasil:  arremesso de telefone celular à distância!

Questão pertinente: as indústrias e operadoras de telefonia farão o favor de patrocinar tão maravilhoso e libertador esporte que prometo, desde já, praticar com afinco para estar tinindo daqui a cinco anos?

Se a modalidade se concretizar como esporte olímpico no Rio, juro que trago a medalha de ouro para o Brasilsilsil!!

terça-feira, 1 de março de 2011

Celulares X Filmes

A invenção do celular não é somente responsável por uma revolução dos meios de comunicação, mas também por toda uma futura geração bonita, bronzeada e... cancerosa (Ah, aviso breve: estou bêbado e odeio esses malditos telefones, não necessariamene nessa ordem)!

Pois bem: o "magnífico" aparelhinho sem fio (ou o câncer cerebral em caixinha que provoca dependência) consegue o feito de diminuir a distância entre as pessoas e de permitir que essas mesmas "se encontrem" via GPS, mas há uns dez anos mais ou menos também é a causa de um fenômeno cada vez mais abundante na indústria cinematográfica: o clichê do celular fora do ar.

Para que roteiristas preguiçosos justifiquem surpresas e reviravoltas na trama (como por exemplo assassinos em série continuarem impunes mesmo quando a identidade deles é descoberta) na era da informação (e também da falta de imaginação), os celulares de todo mundo deixam de funcionar ou desaparecem de cena na velocidade da luz como se estivessem de birra - ou a serviço de algum propósito demoníaco, nunca saberemos. É impressionante!

Sem sinal:


Os Malvados, de André Dahmer (Muito bom!):



Homer Simpson do mal

Matt Groening, o criador de "Os Simpsons", batizou o imbecil de bom coração chefe de família - Homer Simpson, claro - com o nome de um personagem do romance dos anos 30 de Nathanael West, "O Dia do Gafanhoto", e que até virou filme em 75.
Essa produção mostra o lado B da indústria cinematográfica de Hollywood e a história de algumas pessoas relegadas ao segundo plano nesse sistema. Elas buscam o sucesso em vão.
Uma dessas pessoas é Homer Simpson. Como já disse, o personagem animado que adoramos é um idiota completo, mas bonzinho a toda vida. A versão original, contudo, apresenta contornos muito mais sombrios e violentos...
No filme, Homer - interpretado muito bem por Donald Sutherland - nutre uma paixão não correspondida por uma aspirante a estrela de cinema interesseira. Ela se aproveita dele, um sujeito tímido, ingênuo e desastrado como na animação. Ele chega a lembrar um pouco o autista Forrest Gump, mas é mais atrapalhado (quebra copo na própria mão, bate em todos os carros estacionados quando dirige pra fora da vaga), triste e... agressivo a ponto de explodir.
Quem conhece o desenho sabe da educação de Homer à base de estrangulamento reservada ao filho Bart Simpson:


Agora assistam como o Homer Simpson do mal (que estava quieto no banco da praça que nem Forrest Gump) trata uma criancinha pentelha no trecho logo abaixo. Esse ato acaba sendo o estopim para o clímax da história: uma multidão furiosa querendo linchar nosso querido protagonista, igualzinho ao desenho!



Recomendado para todos aqueles curiosos com o lado negro de Homer Simpson!
Quem quiser ver a cena macabra toda, com spoilers e tudo, está aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=8pp14CdBci0

Sinistro!