Forçar uma testemunha ocular a presenciar uma coisa terrível é um jeito excelente - e insano - de se criar suspense e horror nos filmes desse gênero. Isso fica grudado na cabeça das vítimas da ficção - e dos espectadores do mundo real - por muito tempo. Apesar de não ser um filme de terror, quem não se lembra do experimento psiquiátrico por que passa Alex DeLarge, o delinqüente rebelde do futuro mega violento de "Laranja Mecânica"?
O cientista maluco do presídio tem o plano mirabolante de transformar o personagem interpretado por Malcolm McDowell, um sociopata da pior estirpe, num cordeirinho pacato. Como? Amarrando-o e obrigando-o a asssitir na tela de cinema bombardeios, massacres, nazismo, guerra e destruição até a exaustão da sua mente insana.
O pequeno detalhe que faz toda a diferença são as presilhas que mantém os olhos da cobaia humana abertos para que não seja perdido nada da ultra-violência escabrosa mostrada por horas intermináveis! Tudo em nome da ciência!
Já no caso da exumação de hoje, "Terror na Ópera" ("Opera", 1987), do mestre italiano Dario Argento, a vítima, uma cantora de ópera perseguida por um assassino psicótico, é amarrada e seus olhos são mantidos abertos em nome do testemunho do horror. O demente amarra a pobre infeliz e gruda com durex alfinetes embaixo dos olhos dela. Se ela ousar piscar na hora em que o maníaco esfaqueia a garganta do namorado dela, seus olhos são furados! E você, caríssimo e sádico telespectador, também ficará com os olhos colados na tela sem piscar! Genial!
Olha a cena aqui embaixo:
Aliás, sempre é aterrorizante quando um cineasta maluco resolve mostrar globos oculares, as janelas para o mundo, correndo perigo no cinema, só pelo prazer de causar terror, espanto e nojo. Falando nisso, vamos encerrar com a famosa e grotesca cena de "Um Cão Andaluz", dos sujeitos insanos Buñuel e Dali, dois malucos máximos que imortalizaram na película a tortura ocular em nome do surrealismo?
Eeecaa!!
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