quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

"A Origem" Só Para Baixinhos


O filme desenterrado de hoje é sobre uma jovem e rebelde pessoa capaz de entrar em sonhos e trazer dali informações para o mundo real. Essa pessoa também consegue construir um mundo onírico e moldá-lo de acordo com sua vontade. Contudo, esse lugar fantástico pode se transformar em um pesadelo quando um membro da família desse protagonista preso no seu subconsciente resolve aparecer e atrapalhar seus planos durante o sono...
Essa rápida sinopse é razoavelmente parecida com a de "A Origem", não é verdade? Mas a produção bastante desconhecida do público geral aqui exumada ainda guarda outras semelhanças com o filme estrelado por Leonardo DiCaprio e Ellen Page (a adolescente grávida de "Juno").
"Paperhouse" (de 1988, dirigido pelo britânico Bernard Rose), assim como a obra do celebrado Christopher Nolan (ele deve até ser premiado no começo do ano que vem com Oscars por esse trabalho), tem o privilégio de contar com a composição musical original do mestre alemão Hans Zimmer!
Mas "Paperhouse" não é de Hollywood, e sim da Inglaterra. O personagem principal não é o DiCaprio, mas Anna, uma garota de 11 anos rebelde sem causa, mimada e chatinha que resolve desenhar uma casa em um caderno. Quando sonha, ela viaja para essa casa materializada em um mundo de sua criação. Essa menina é responsável, ainda, por colocar dentro da supracitada habitação um garoto para lhe fazer companhia, e eventualmente descobre que o moleque e outras coisas são mais reais do que imaginava...
À medida em que Anna acrescenta detalhes ao lar inventado, como novos cômodos e mobília, e vai se aprofundando ali dentro, sua febre piora no mundo real, permitindo que seu pai ausente saia do subconsciente e resolva aterrorizá-la. Nos momentos mais delirantes durante a doença, a garota não consegue mais diferenciar realidade de sonhos. Vejam só como essa exumação realmente tem elementos que também existem na produção de 2010! Obviamente, o orçamento da obra de 1988 é muito inferior ...
Mas quando a perseguição do pai se intensifica pela casa, o filme se torna mais sombrio e assustador. O gênero, acredito, passa a ser o suspense, e não a fantasia.
Pensando melhor, acho que o filme não é destinado aos telespectadores mirins: rola até beijo de língua entre as duas crianças protagonistas! Esse diretor não tem vergonha, não? Ah, esses loucos anos oitenta...

O trailer:

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