Na semana retrasada fez 66 anos que um par de bombas atômicas americanas despejadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki destruíram mais de duas centenas de milhares de vidas civis, sem contar as outras centenas de milhares de mortes decorrentes dos efeitos colaterais da radiação. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, aquele povo faz questão de manter viva na memória as lembranças daquele horror nuclear.
A animação de 1983 "Hadashi no Gen", do diretor Mori Masaki, mostra de forma chocante e visceral o testemunho de um moleque sobrevivente ao bombardeio assassino. E se o caríssmo leitor acredita que animes são coisas de criança, por favor assista a esse aqui (e também ao triste "Hotaru no Haka", de 88, também sobre as conseqüências da guerra sob a visão infantil) para mudar de opinião mais rápido do que a detonação do terrível artefato de destruição em massa "Little Boy" sobre Hiroshima.
O troço todo é detalhado sem dó pro espectador; não somos poupados em nenhum momento das conseqüências nefastas da guerra atômica. O filme relata desde os cadáveres espalhados pelos escombros após a explosão até o exército ambulante de semi-mortos radioativos que ficam vagando sem rumo à espera da morte. É impressionante e vale a pena conferir.
Abaixo, trechos da destruição de Hiroshima ("Hadashi no Gen" - 1983)
Por fim, fiquemos com a música de protesto dos anos 60 condenando a bomba atômica da hippie e ativista De Kalafe, também cantora de "Guerra", que está na trilha sonora de "O Ritual dos Sádicos", filme-proibidão de 1970 de José Mojica Marins:
"Mundo Quadrado" (De Kalafe e a Turma, 1968)
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