quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O clube de rotatividade máxima


Os filmes de terror de Hollywood geralmente seguem aquela fórmula do maníaco homicida perseguindo os mocinhos até sua inevitável derrota no final. Claro que há variações na escolha do maníaco homicida - pode ser um psicopata, um monstro, um eletroeletrônico endemoniado... - e na dos alvos do assassino - que podem ser mais heróicos, ou mais idiotas (ou com menos roupa e mais gostosas!) para atender as necessidades comerciais de muitas dessas produções. Os filmes japoneses desse gênero não funcionam bem assim. Vários deles, por exemplo, seguem uma linha sobrenatural, com fantasmas, espíritos e tal, mas nem sempre a dita assombração é maligna ou assassina (o que não quer dizer que ela seja menos aterrorizante).
Bem, caríssimos, sabem o que torna uma obra cinematográfica daquele país realmente assustadora na minha opinião? Sendo uma sociedade muito conservadora, construída sobre rígidos padrões de conduta, toda vez em que um evento anormal (muitas vezes de origem sobrenatural, mas isso não é obrigatório) aparece na história e quebra a rotina desses códigos de comportamento, o terror nasce, pelo inesperado da coisa. E o que dizer quando, além do terror e das mortes grotescas, o filme é recheado de temas tabu como o suicídio?
É o caso da exumação de hoje, "Suicide Circle" (ou "Suicide Club", de 2001, de Shion Sono), onde uma série de suicídios em massa assola o Japão e a polícia não faz a menor idéia de como proceder - o ato de se matar seria um assassinato? - e nem sabe se rumores sobre um clube secreto dedicado ao auto-extermínio são verdadeiros.
Detalhe surreal: a música grudenta da banda pop (composta unicamente por menininhas) martelando no ouvido enquanto as mortes mais nojentas acontecem é elemento importantíssimo da trama! Outro momento digno de nota: o número musical da versão nipônica do traveco "Dr. Frank-N-Furter" de "Rocky Horror Picture Show" ocorre durante um estupro seguido de morte, enquanto pisoteia sacos cheios de cachorrinhos indefesos (bizarro é pouco)!
Recomendado para os fãs do grotesco. A seguir, a cena inicial do filme (com direito a meninas colegiais sorridentes), uma verdadeira ode ao sangue espirrando:



Adendo rápido: a polícia japonesa do filme tem muitas dúvidas sobre os aspectos legais da morte. Já no caso da China, sempre é bom conhecer as leis antes de partir desta para melhor!

Tradução: "Morrer exatamente aqui é estritamente proibido".
Adendo II: Os infratores desse crime correm risco de pena de morte, a não ser que caiam um passinho para a esquerda!

Um comentário:

  1. BIZARRO DEMAIS!

    Nossa senhora, aquela menina explodindo é After Effects puro. Até a The Dark One fez melhor no Anjo Negro!

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