terça-feira, 12 de julho de 2011
E se o Lanterna Verde fosse brasileiro?
Ele se chamaria Raio Negro. E usaria a fantasia do Ciclope, aquele sujeito que dispara raios óticos dos X-Men!
Sim, caríssimos, Raio Negro (cujo nome é emprestado do rei dos Inumanos, personagem da editora Marvel - ou do negão que dispara raios elétricos da DC Comics, você escolhe) foi o mais famoso de uma série de super-heróis de carreira curta criados no Brasil a partir dos anos 60 até mais ou menos os anos 70, tudo inspirado na febre norte-americana dos sujeitos superpoderosos fantasiados e combatentes do crime em quadrinhos.
Saca só a história do herói tupiniquim, a exumação de hoje: Roberto Sales, um tenente da Força Aérea Brasileira, foi escolhido pelos militares para ser o primeiro astronauta do Brasil-sil-sil. Ele decola o seu foguete Santos Dumont 1 e recebe um pedido de socorro telepático do moribundo E.T. Lid, de Saturno. Como forma de agradecimento pela ajuda, ele dá de presente pro militar o poderoso anel de energia negra antes de morrer. Quando Roberto volta pra Terra, ele usa secretamente seus incríveis poderes para salvar os fracos e oprimidos. Parecido com um certo herói fantasiado de verde e com anel, não?
Isso porque quando o já falecido desenhista Gedeone Malagola inventou o Raio Negro, as histórias em quadrinhos do Lanterna Verde ainda não tinham sido lançadas por aqui em português. Mas como era impossível competir nas bancas lado a lado com as revistas dos grandes estúdios dos States (as supracitadas Marvel e DC) que monopolizavam o mercado, só foram lançados treze gibis do herói brasileiro, mais uns poucos especiais antes do cancelamento lá pelo final dos anos 60.
Agora, menção honrosa pros personagens secundários: o arqui-inimigo de Raio Negro, o cientista louco Op-Art, que utilizava luzes e armas psicodélicas (como raios de petrificação e estrelas do mar assassinas) para atacar suas vítimas, e a namorada-refém do supercaolho que atende pela alcunha de Marajoara Campos! Naquela época os mocinhos e vilões eram ingênuos e os temas eram mais simples - nem pensar em falar na ditadura militar brasileira, claro, mas tá valendo pelo herói nacional voador de visor e anel! Viva o Lanterna-Ciclope!
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Uma coisa que me intriga, o Brasil tem tantos desenhistas e escritores de talento, porque as editoras nacionais não arriscam títulos próprios preferem ficar trabalhando como importadoras/tradutoras
ResponderExcluirConcordo contigo, Ivan. Se radicalizarmos no argumento, parece que o mercado para quadrinhos 100% brasileiros fica restrito a fanzines e edições independentes até os dias de hoje (exceção da Turma da Mônica, claro).
ResponderExcluirAs editoras nacionais, no geral,querem retorno financeiro certo e imediato,e por isso apostam nos medalhões internacionais lucrativos e de sucesso nos cinemas,ao invés de arriscar em novos artistas, por mais talentosos que sejam.
Falando em cinema, será que filmes brasileiros de sucesso seriam rentáveis como gibis, fazendo o caminho inverso - Tropa de Elite ou Cidade de Deus, por exemplo?
A Editora Zap esta com um projeto muito bacana...
ResponderExcluirDa uma olhada!
http://zaphq.wordpress.com/
Vai se fuder, seu ignorante....
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